segunda-feira, 22 de agosto de 2005

TPM.

A medicina ainda não sabe explicar a TPM.
Então eu, enquanto médica, também não sei. Claro que existem várias teorias. Umas melhores que as outras. E no final é sempre culpa dos hormônios... Faz sentido e tal, mas explicar mesmo... Convencer, sabe? Acho que não.

Já eu, enquanto pessoa feminina que enlouquece uma vez por mês, entendo TPM menos ainda. Pior, eu nem reconheço a TPM em mim mesma! Pelo menos não até ela passar. Eu demorei anos pra notar que a minha surtação subia a níveis incontroláveis todo mês. Na mesma época do mês! Falando assim parece óbvio que eu devia ter notado antes, mas na hora não é tão simples. É difícil relacionar uma coisa com a outra. Além do mais, eu nunca quis ser uma garota TPM. Eu já sou sem noção o suficiente sem isso. E detesto acordar de manhã me roendo de remorso:
-Ai, por que eu fui dizer isso? Por que eu fui fazer aquilo? Por que? Por que? (É bom lembrar que essa é uma ótima oportunidade para se fazer um drama...)
E de repente a compreensão clareia a minha cabeça. Um raio de sol depois da tempestade! E tudo faz sentido. TPM. Pura e simples. Nem mais nem menos.

E tudo volta ao normal. A calma se restabelece. Bem, até onde é possível haver calma.

Eu sei que TPM não é desculpa pra nada. Mulheres que cometem assassinatos na TPM continuam sendo julgadas e presas. É verdade que a TPM pode ser considerada um atenuante, mas não é justificativa.

Então qual o objetivo de escrever isso?

Bom, eu acho que estou tentando explicar o mau humor sem justificativa, a rispidez sem razão, as idéias desconjuntadas, as teorias conspiratórias, as inseguranças malucas sobre o que devia ser motivo de prazer, o choro convulsivo nos ombros incrédulos de amigos (e amigas também) assustados e etc.

Eu não estou dizendo que é tudo TPM. Muitas vezes sou só eu. Eu sou enjoada mesmo. Mas ainda dá pra piorar.

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