sexta-feira, 23 de setembro de 2005

No consultório...

-O senhor já foi internado, fez alguma cirurgia?
-Uns anos atrás eu tive que fazer uma oooperação por causa de uma acidente de festa de casamento - e levanta a manga do braço esquerdo e me mostra uma cicatriz.
-Acidente de festa de casamento? Mas que acidente foi esse?
-Uai, doutora - cara de eu-já-falei-o-que-foi - acidente de festa de casamento... Tiro, sabe?!
-De arma de fogo?
-É.
Neste momento meu queixo caiu. Eu fiquei sem saber o que dizer. Ele, preocupado em não deixar uma má impressão, tentou consertar.
-Não foi nada não doutora. Eu fiquei bom e foi só bala perdida.
Neste momento eu consegui voltar a falar.
-Esse é o seu acidente?!!! Então tá - e comecei a rachar de rir. Eu tentava segurar, mas não conseguia. Ele, coitado, sem ter o que fazer, riu comigo.
Eu já achava casamento perigoso, mas isso acrescentou um novo sentido pra coisa. Perigo até para os convidados!
Daqui a alguns meses eu vou ser madrinha no casamento de uma amiga minha. Levo um colete a prova de balas?
E como ele pode se referir a uma coisa dessas de uma maneira tão banal assim?
Nós todos vamos votar num referendo pra decidir sebre o desarmamento um dia desses. Hora de botar a cabeça pra pensar. O que está acontecendo?

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