domingo, 11 de julho de 2004

Estava saindo para ir ver o jogo hoje e meu pai:
-Rita, o gol nao tava fazendo um barulho esquisito?
-Ainda tá, pai.
-Entao nao vai nele nao. Leva o meu carro.
-Ok- na verdade meio ok porque o carro do meu pai é um vectra e aquele trambolho ia dar o maior trabalho para estacionar, mas tudo bem. Pelo menos tem rádio. O do gol já se foi há tempos.
Eu fui ver o jogo no Jack alí no toboga da Contorno. Como eu cheguei cedo encontrei uma vaga bem na porta, subindo o toboga. Tudo certo.
Vi o jogo, nem tudo tao certo. Bato papo um tempinho, só para aliviar a tensao e casa. Entro no carro, giro a chave e nada. Mentira, ele fazia um barulho de igniçao infrutífera. Que porcaria, pensei. Comecei a girar a chave freneticamente enquanto pisava em todos os pedais e bombeava ao mesmo tempo. Nada. Resolvi ligar prá minha amiga:
-Alo?
-Alo. Belinha, volta aí que o carro nao liga.
-Como assim?
-Bem assim, eu giro a chave e nao liga.
Daí a pouco ela e o Flávio (namorado dela, que por sinal é engenheiro mecanico e trabalha na Fiat (bem útil, né?)) chegam do meu lado:
-Oi, Flávio, dá uma olhada por favor- ele senta no lugar do motorista e tenta ligar. A chave continua girando sem efeito. Aperta todos os pedais, nada. Mexe nos faróis:
-Rita, vc tinha deixado o farol aceso?
-Claro que nao! Ve se eu ia dar uma bobeira dessas!?
Mexe mais um pouco, olha as luzinhas do painel um tempo e depois pergunta:
-Rita, esse carro tem gasolina?
-Deve ter, ué! E eu sei lá? Esse carro nem é meu...
-Olha essa luzinha no painel. Essa é a luz de combustível?
-Deve ser, tem o formato de uma bomba de combustível...
-Entao é isso, a gasolina acabou.
-Acabou? Mas como? E pq nao tinha acabado quando eu cheguei?
Logo veo o estalo. O carro estava parado em terreno inclinado. E a gasolina que já era pouca nao conseguiu ligar o carro.
–Tudo bem, e aí? Agora faz o que?
-Vamos no posto comprar um saquinho de gasolina. Entramos no outro carro e fomos. Compramos o bendito (que por sinal é bem interessante. Um saco todo projetado para a funçao de carregar gasolina, tem até um biquinho... Voltamos, colocamos a gasolina quase sem derramar no tanque e voila. Carro funcionando outra vez.
Tudo bem quando termina bem, final feliz e tal, mas eu tenho que deixar registrada uma reclamaçao. Meu pai me emprestou um carro sem gasolina! Ele vive pegando no meu pé e torrando a paciencia com aquele discurso dos perigos de se sair a noite e me deixou a pé! Revoltante! E o pior é que hoje quando eu fui tirar satisfaçao ele não me deu a menor bola:
-Rita, claro que eu não sabia que a gasolina tinha acabado senao não te emprestava. E depois quem mandou para em terreno inclinado com pouco combustível...
-Mas pai eu podia ter ficado na rua. Ele podia ter parado de funcionar no meio do caminho!
-Comigo isso nunca aconteceu.
E fim de assunto. É mole?

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