sexta-feira, 11 de junho de 2004

Nada como uma desgraça (dos outros, entenda-se bem) prá ajudar a colocar as coisas em perspectiva. Eu passei a maior parte desse ano reclamando e choramingando; por que eu? Por que essas coisas só acontecem comigo? Oh, mundo cruel!

Bem, hoje a minha psicóloga me ligou desmarcando a sessao. Ela pediu desculpas e justificou que estava sem condiçoes de me atender uma vez que o namorado dela sofreu um acidente na estrada vindo da Bahia e morreu. Morreu! Assim, puf, acabou! Eu tendi a sentir pena dela, que afinal ela estava com uma vozinha muito triste, mas eu me senti mesmo foi uma completa idiota.
Idiota, idiota, idiota! Sem dúvidas. Tem meses que eu estou sofrendo, me arrastando, falando e fazendo bobagens, chegando a sentir dor física de tao arrasada e sabe por que? Porque eu sou trouxa, a toa, sem ocupaçao. Eu parei prá pensar nos meus milhoes de problemas e concluí que é tudo falta do que fazer. Assim, lógico que tem coisa que me incomoda mesmo e lógico que dor de cotovelo é dureza e demora a sarar. Mas é tudo coisa com soluçao e é tudo coisa que vai passar.

Eu estava voltando prá casa, vi meu reflexo em algum lugar e pensei; que cara ruim! Logo eu que costumava ter uma carinha tao boa! Mas isso nao vai ficar assim! Nao mesmo! Chega disso! Acabou! Estou de volta! Vou despedir esse encosto choraminguento que grudou em mim! E nao discutam comigo que eu sou violenta! É isso! E fim!

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