segunda-feira, 31 de outubro de 2005

Tem coisa que só criança mesmo...

Estava ontem na porta do cinema quando chegou um cara com uma menininha, pai e filha obviamente. O moço foi falar com a moça da bilheteria:
- Eu gostaria de saber qual a faixa etária desse filme.
- Doze anos.
- E por acaso uma criança de 10 anos acompanhada do pai poderia assistir?- disse isso com o melhor sorriso.
A moça da bilheteria fez uma cara indecisa , mas antes que ela pudesse responder qualquer coisa, todo mundo ouviu uma vozinha esganiçada gritando:
- Não pai! Não é dez não! Eu tenho oito anos!!!

Tive que sair de perto rapidinho. Não queria que eles ouvissem as minhas risadas. Ai ai...

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quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Quando eu era criança eu gostava muito de circo. Nessa época eu não pensava em decadencia, crueldade com animais, arquibancadas balouçantes, nada disso. Eu só via aquilo que meus livros descreviam como O Maior Espetáculo da Terra! E todo circo tinha que ter as figuras básicas de circo; palhaço, trapezista, leão, elefante, engolidor de espadas, anão e mulher barbada. Mulher barbada sim! Eu ficava curiosíssima tendando imaginar o que levava uma mulher a ser barbada. Primeiro eu achei que era mágica, mas com o tempo fui encontrando explicações melhores pra tudo que eu achava que era mágica. Por exemplo: eu descobri na faculdade de medicina um tantão de motivos pra uma mulher ter barba.Pra ter até cabelo no peito!

Acontece que ontem eu estava lá em Contagem atendendo um sem número de pessoas com problema nenhum (como sempre, aliás) quando me apareceu uma moça para fazer exame admissional. A entrevista foi normal, mas eu fiquei com a impressão que tinha alguma coisa errada no rosto dela. Eu não conseguia dizer exatamente o que era até a hora do exame. Ela tinha barba. Tanta barba quanto qualquer homem que eu conheço (bem, mais que alguns hehehe). A barba estava feita bem rente, mas estava lá. Densa, fechada ao ponto da pele ficar azulada sobre a barba tosada. Incrível! Eu não pude me conter (lógico) e perguntei pra ela sobre isso.
- Desde que eu virei adolescente a barba cresceu. Eu não sei porque. Já fui em vários médicos, fiz um tanto de exames e todos são normais. Eu não tenho pelos a mais em nenhuma outra parte do corpo (e pelo menos no tórax e nos braços não tinha mesmo).

Pronto. E agora? Como é que se resolve isso? Se ela tivesse um problema hormonal, era só tratar dos hormonios. Mas porque isso aconteceu com ela... Mágica? Não sei. Essa é a parte da medicina que mais me dói. Ver um problema ( e isso é um problemão) e não ver solução. O que fazer por essa moça?

Se imagina um momento na pele dela. Um mulher nova (22 anos), com traços bonitos e tal e barba. Imagina o que ela passou no colégio. Imagina o que ela passa todo dia na frente do espelho. Imagina pra onde vai a auto-estima dela. E olha que ela me disse que até depilar a barba com cera quente ela já depilou. Imagina o tanto que isso deve doer!!! Me partiu o coração. Sério. E o pior é que ela dizia tudo isso com uma carinha boa, tranquila, tudo normal. E finalmente ela me contou que ela tinha arrumado esse emprego pra juntar dinheiro pra fazer depilação a laser.(Claro, isso podia dar certo!) Depilação a laser funciona mesmo. Tomara que ela consiga. Do fundo do coração.

Então eu lembrei de novo da mulher barbada do circo. Será que ela se livraria da barba se pudesse? Eu sim. Se é pra ser atração de circo eu prefiro ser trapezista, equilibrista, homem (mulher no caso) bala, qualquer coisa é melhor do que mulher barbada. Até palhaço. Mesmo porque a ser palhaça eu já estou acostumada mesmo...

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segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Eu fui a ópera ontem. Os Pescadores de Pérolas.
Lindo! E com a vantagem de sair de lá me achando finérrima...

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quinta-feira, 13 de outubro de 2005

E olha que coisa mais engraçada!
Ando me divertindo tanto...
E esse fim de semana promete!
Festão no sábado e ópera no domingo!
Eh, vidão!!!

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sábado, 1 de outubro de 2005

Quando você convive com gente que tem mais ou menos a sua idade acontece um fenômeno muito interessante. As mesmas coisas acontecem num tempo mais ou menos próximo pra quase todo mundo. Explicando, primeiro tem a temporada de formaturas (que já está quase no fim, inclusive), depois a temporada dos casamentos (e essa está só começando) e depois a temporada dos nascimentos e batizados (que resolveu começar também). Eu estou achando muito legal. Adoro ver meus amigos acharem os amores das suas vidas, adoro ser titia coruja de feijãozinho. Adoro, adoro, adoro!!!

Mas, contudo, entretanto, eu não consigo deixar de fritar um pouquinho (tá, nem tão pouquinho assim) sobre o que isso significa. Eu estou ficando velha!!! Até então eu pensava, eu estou crescendo... Que é a mesma coisa, mas soa tãããããão melhor. Só que agora eu, no espelho das atitudes dos meus amigos, tenho que aceitar o fato de que eu sou (argh!) adulta. Que pânico! Uma amiga minha me disse que ia mudar pra França (que legal!), que antes de ir ia se casar (vou ser madrinha, eba!), mas que não podia ficar gastando dinheiro demais porque eles queriam comprar um apartamento quando voltassem ( para tudo!!!). Aí não! Aí é demais! Pode mudar, casar, fazer o que bem entender, mas comprar apartamento não! Eu fiquei tentando entender porque o apartamento me incomodava tanto. Eu não tenho resposta. Nada me ocorre além do fato de que comprar apartamento é gente grande demais. E nem é uma coisa recém-adulta. Isso é coisa de adulto-adulto. E pensar que eu já estou andando nessas imediações me apavora. Absurdamente. Ridiculamente.

Eu não estou fazendo uma proposta de morarmos na Terra do Nunca. Eu acho que a gente ainda vai se divertir muito nas fases vindouras. Eu desejo toda a sorte do mundo para os meus queridos corajosos que vão encarar a fase 2 (ou 3, sei lá). Vou me debulhar nos casamentos, vou babar nos filhotes e vamos todos rir muito das fritações desta que vos escreve. Mas vai mudar tudo. E quando isso acontecer ( e já está acontecendo) eu vou ter saudade de como era. Então eu vou ficar aqui mentalizando que nada mudou. Só mais um pouquinho...

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