quarta-feira, 30 de junho de 2004

Never complain
Never explain
Never apologize
Just do it

Cole Porter

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terça-feira, 29 de junho de 2004

A clínica onde eu trabalho firmou um contrato com uma empresa que ganhou uma concorrencia para construir um conjunto habitacional em Betim. Pelo contrato a clínica se responsabilizou a fazer os exames médicos admissionais de todos os trabalhadores da obra. O resultado disso foi que euzinha aqui, num espaço de 2 dias, examinei uns 120 a 140 pedreiros e serventes. Depois de tanto contato com essa classe de trabalhadores eu tenho que expressar as conclusoes a que cheguei sobre eles:
- nao tem idade prá ser pedreiro - de 18 anos em diante até um senhor que tinha 64 anos, se nao me engano
- nao existe uniforme de pedreiro - eles usam as coisas mais diversas e inusitadas que se pode imaginar! Desde as esperadas camisetas furadas com quilos de cimento pregado até camisas sociais e jaquetas de couro (o que eu achei extremamente inapropriado).
- pedreiros nao tem por hábito abotoar as calças e nem usar cuecas - de novo, varia muito, mas nao se deve arriscar. É uma prevalencia considerável!
- existem pedreiros educados, simpáticos e que, por isso mesmo, voce custa a acreditar que sao pedreiros.
- pessoas em geral, pedreiros incluídos, ficam muito nervosos de ir ao médico. Isso gera uma inversao de papéis. Explicando, quando eu passo numa rua cheia de pedreiros eles me assustam um pouco, mas quando eles entram no meu consultório eu é que os assusto. Ser médico tem dessas coisas.
- pedreiros cantam mulheres, se o médico for mulher eles cantam o médico. Nao todos, mas acontece. É necessário estar preparado!
- para ser pedreiro nao é necessário saber a diferença de direito e esquerdo. Eu digo, apoia o braço direito na mesa e a maioria apóia os dois braços! Isso quando nao apóia só o esquerdo! Triste, muito triste...
- o serviço de pedreiro ainda nao foi dominado pelas mulheres, e nem deve ser num futuro próximo. A única mulher que trabalha na obra é auxiliar de escritório e cuida das vendas.
- pedreiros nao sao gordos. Nenhum deles! Sao todos fortes e de constituiçao maciça. Entao se for entrar numa briga, que nao seja contra um pedreiro!
Resumindo, tem gente de todo tipo fazendo o mesmo trabalho. Eu fico pensando se isso vale para as outras profissoes também... Deve valer, afinal gente é assim mesmo, muito diferente e muito igual ao mesmo tempo.

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quinta-feira, 24 de junho de 2004

Depois de uma pesquisa na minha própria cabeça eu cheguei a uma lista de músicas. Na verdade sao várias listas, cada uma contendo 10 músicas. É bom lembrar que a ordem nao significa preferencia nem coisa nenhuma. Outra coisa, eu nao sei quem canta as músicas todas! Eu nao ligo prá essas coisas. Tem músicas que eu nao sei nem o nome entao eu vou por trechinhos das letras. Ok? Eu dividi as músicas em grupos, dependendo da ocasiao em que devem ser ouvidas:

Lista número 1:
Músicas para apaixonados (ouvir quando se está quase flutuando de amor. Tudo bem que nessas horas a gente gosta de qualquer coisa, mas eu selecionei músicas com o tema).
1. All you need is love - The Beatles
2. Something - The Beatles
3. My Girl - isso, do filme que o menino morre picado de abelhas no final
4. Your song - Elton John
5. Come what may - nao sei, toca em Moulin Rouge
6. Night and Day - Frank Sinatra
7. Eu sei que vou te amar - Vinícius de Morais e mais alguém (Tom Jobim?)
8. I've had the time of my life - aquela de Dirty Dancing
9. Love my life - Queen
10. The way you look tonight - nao faço a menor idéia, sei que já foi regravada mil vezes

Lista número 2:
Músicas prá ouvir naqueles dias em que vc está muitíssimo feliz. Sabe, quando vc liga o som da sala e fica pulando sozinha e cantando até seu irmao vir fechar a porta e prometer que vc ainda vai pagar por isso... Bem, vcs entenderam a idéia.
1. Don't worry, be happy - Eu acho que é do Jimmy Cliff, mas nao tenho certeza. Eu nao sei nem se é assim que se escreve o nome dele.
2. I wanna be happy - I feel so happy / Can't you see I'm happy now
3. Love will keep us together - nenhuma idéia
4. Cançao de um Louco - Mutantes (nao é?)
5. Viver, e nao ter a vergonha de ser feliz - nao sei o nome exato, mas sei que é do Gonzaguinha.
6. So happy together - nao sei outra vez. Acho que ouvi num filme, sei lá.
7. Pretty woman - tema do filme, isso mesmo
8. Hakuna Matata - Timao e Pumba
9. País Tropical - Um clássico, nao tem como errar!
10. Born to be wild - Stephen Wolf, tudo de bom! Nao dá prá ficar parado!

Lista número 3:
Como tudo o que é bom acaba, tem dias em que a gente está péssimo, chafurdando na lama mesmo... Nesses dias em que o objetivo é se afogar de tanto chorar e deixar o drama correr solto, nada melhor que essas belezinhas.
1. Killing me softly with this song - Anne Murray (eu tenho essa em mp3. Que venham as pedras!)
2. All by myself - nem idéia. Nao passo nem perto.
3. I can't live with or without you - de novo, sem chance (se alguém souber, pode me fazer o favor de contar)(isso vale prá todas as músicas sem nome, autor ou ambos)
4. Yesterday - The Beatles
5. Vento no Litoral - Legiao Urbana
6. E agora, que faço eu da vida sem vc/ vc nao me ensinou a te esquecer - Caetano Veloso (Lisbela e o Prisioneiro)
7. Teatro dos Vampiros - Legiao Urbana (tá, essa nao é tao triste assim, mas me deprime. Motivos pessoais)
8. Tristeza nao tem fim, felicidade sim - Nao sei quem foi o culpado, mas se eu pego... Tenho vontade de cometer suicídio quando escuto essa música!
9. Tudo era uma brincadeira e foi crescendo crescendo me absorvendo e de repente eu me vi assim completamente seu - Caetano Veloso (essa eu adoro!)
10. Show must go on - Queen (essa é boa prá se ouvir por último. Aos prantos, claro, e tentando arrancar o coraçao do próprio peito.)

Pronto, fim das listas. Ficou muita coisa de fora, mas isso é só prá começar. Deu prá notar que o trabalho nao foi muito movimentado hoje, né? hehehe

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sábado, 19 de junho de 2004

Em pleno Show Medicina! Sem tempo prá nada! Passei só prá mandar um beijinho. Depois vcs me falam se gostaram, tá?
PS. sintam-se livres para tecerem longos elogios sobre a minha importante participaçao.

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domingo, 13 de junho de 2004

Fui ver o filme do Cazuza ontem e devo dizer que gostei bastante. É interessante voce reparar de onde vem as coisas. Que pais sao aqueles? Como é que voce cria uma pessoa sem dizer um nao a vida toda? Tinha que ficar sem limites mesmo. Sendo o Cazuza (no caso) e gostando muito das músicas dele (como eu gosto) posso até aceitar que valeu a pena. Sempre ouvi dizer que os genios nao sao pessoas como as outras, que nao vivem vidas como a das outras... Bem, se for verdade está explicado. A vida que ele levou foi no mínimo diferente.
"vida louca, vida
vida breve
já que eu nao posso te levar
quero que voce me leve"
Ele pode ter sido louco, irresponsável, inconsequente, auto-destrutivo, terrível mesmo, mas uma coisa tenho que dizer, ele soube sugar a seiva da vida. Ele aproveitou muito, aproveitou tudo. Arrancou o último suspiro da diversao. Adoro esse povo maluco! Adoro! O mundo ia ser um lugar tao sem graça sem eles...

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sexta-feira, 11 de junho de 2004

Nada como uma desgraça (dos outros, entenda-se bem) prá ajudar a colocar as coisas em perspectiva. Eu passei a maior parte desse ano reclamando e choramingando; por que eu? Por que essas coisas só acontecem comigo? Oh, mundo cruel!

Bem, hoje a minha psicóloga me ligou desmarcando a sessao. Ela pediu desculpas e justificou que estava sem condiçoes de me atender uma vez que o namorado dela sofreu um acidente na estrada vindo da Bahia e morreu. Morreu! Assim, puf, acabou! Eu tendi a sentir pena dela, que afinal ela estava com uma vozinha muito triste, mas eu me senti mesmo foi uma completa idiota.
Idiota, idiota, idiota! Sem dúvidas. Tem meses que eu estou sofrendo, me arrastando, falando e fazendo bobagens, chegando a sentir dor física de tao arrasada e sabe por que? Porque eu sou trouxa, a toa, sem ocupaçao. Eu parei prá pensar nos meus milhoes de problemas e concluí que é tudo falta do que fazer. Assim, lógico que tem coisa que me incomoda mesmo e lógico que dor de cotovelo é dureza e demora a sarar. Mas é tudo coisa com soluçao e é tudo coisa que vai passar.

Eu estava voltando prá casa, vi meu reflexo em algum lugar e pensei; que cara ruim! Logo eu que costumava ter uma carinha tao boa! Mas isso nao vai ficar assim! Nao mesmo! Chega disso! Acabou! Estou de volta! Vou despedir esse encosto choraminguento que grudou em mim! E nao discutam comigo que eu sou violenta! É isso! E fim!

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terça-feira, 8 de junho de 2004

É oficial, eu sou uma troglodita!

Eu já me acostumei durante os anos com os comentários e brincadeiras dos meus amigos sobre a minha falta de coordenaçao motora e excesso de força física. No começo nao me incomodava, inclusive, eu tinha até um certo orgulho em ser a garota forte. A única que consegue abrir o pote de azeitonas, sabe? Só que com o tempo começou a enjoar. Eu percebi que a garota forte carrega suas próprias coisas e sempre tem alguém prá fazer uma piadinha. Nao sei quantas vezes tive que engolir meu instinto assassino enquanto escutava pela milésima vez: olha o braço dessa menina! Nossa, mas vc é forte mesmo! Um saco! Nao consigo imaginar de onde algumas pessoas tiram que elas estao autorizadas a ficar apalpando o meu braço prá verificar a musculatura (Isso é músculo ou gordura?). Só no mundo bizarro!

De qualquer maneira, já tem um tempo que eu estou tentando consertar essa situaçao. Como? Bom, eu tenho tentado me controlar... Evito coisas que quebram muito fácil e só abro potes prá amigas próximas. Pode parecer ridículo, mas funciona. E blusas com mangas também!

Só que um dia a máscara cai. E no meu caso as custas da saúde de inocentes. Duas semanas atrás eu estava na aula de karate. Só que eu nao estava num bom dia, estava mais distraída e desastrada que de costume. Até aí, normal. Só que, treino vai treino vem, eu dei um golpe mal dado em uma colega. Golpe meio torto e com força demais. Resultado; ela machucou o dedo. Inchou, ficou roxo, um horror! E pior, ela nao conseguia mais dobrar o dedo. Foi aí que eu apavorei; Quebrou! E tinha quebrado mesmo! Eu quebrei o dedo da menina!Eu causei uma fratura em outro ser humano! Eu sou uma troglodita! Um orangotango! Vou arrumar uma turma de arruaceiros e vou cometer atos de vandalismo na Savassi! É uma tristeza! Eu já pedi milhoes de desculpas, mas nao me sinto melhor! A minha tentativa de passar por uma pessoa normal (nao extremamente desastrada de uma maneira perigosa para os outros) fracassou. Acho que vou me isolar no alto de uma montanha ou talvez eu me tranque na jaula dos gorilas, afinal nós compartilhamos da mesma delicadeza...

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sábado, 5 de junho de 2004

Eu trabalho em Contagem e parte da aventura de trabalhar em outra cidade consiste em algum tempo de transito. Transito este que nem sempre flui muito bem (como qualquer um que já passou por lá sabe).
Geralmente é um momento do dia que eu uso prá pensar na vida. Que afinal quando é que eu tenho 40 minutos de paz, sem ninguém me aporrinhando? Eu acho um pouco estranho meu momento de paz do dia ser dirigindo, que afinal transito teoricamente é estressante! Mas desde que roubaram meu rádio (e eu ando sozinha) meu carro virou meu templo. Eu tomo decisoes fatais, mudo os rumos da minha vida e até resolvo o problema da fome mundial enquanto eu estou atrás do volante.
Alguém pode estar pensando que eu deveria prestar mais atençao ao ato de dirigir em si, mas está errado. Uma grande parte do tempo que eu passo na Amazonas é atrás de sinal fechado. E mesmo quando abre nao tem muito segredo, eu vou na minha filinha durante uma parte razoável da avenida sem ter que me preocupar com coisas demais. Lógico que se aparece alguma distraçao (tipo uma batida ou um carro quebrado ou um caminhao muito muito lerdo e só eu continuo atrás dele) eu deixo meus pensamentos e retorno a realidade do transito. Só o tempo de contornar os contratempos, é verdade, e eu já volto aos meus pensamentos.
Outra coisa que eu gosto de fazer, mas essa só da certo quando o transito tá bem ruinzinho, é observar os pedestres. Eu gosto de fazer isso desde pequenininha. Eu fico vendo as pessoas passarem e reparo no rosto, no jeito, na roupa e fico tentando adivinhar quem é essa pessoa. O que faz, se tem filhos, se está com pressa, se está feliz...
Eu acho que uma das maiores revelaçoes que eu já tive inclusive vem desse meu hábito. Eu era pequena e estava olhando os pedestres pela janela do banco de trás (minha mae nunca me deixava andar na frente) e de repente me ocorreu que todo mundo que estava passando na rua existia de verdade! Todo mundo tinha acordado de manha, tomado café, arrumado o cabelo e saído prá fazer alguma coisa. Aí eu pensei que quem tinha ido trabalhar teve que um dia arrumar um emprego prá poder estar alí naquele dia, naquele momento para poder compor a minha paisagem. Que na minha vida aquelas pessoas eram isso, paisagem, mas prá elas eu era a paisagem... Nunca mais fui a mesma.

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quarta-feira, 2 de junho de 2004

TUTURURUUUUUU (cornetas e clarins)

Queridos leitores (todos os 5),

Venho por meio desta comunicar que eu vou ao jogo Brasil x Argentina nessa quarta-feira dia 2 de junho de 2004.

Mesmo com todos os contratempos. Mesmo enfrentando cavalos e multidoes enfurecidas, eu consegui. Estarei no Mineirao hoje, na arquibancada atrás do gol com um tropeirao na mao. E a única coisa que irei lamentar vai ser o fato da geral estar vazia e eu nao poder praticar tiro ao alvo com os torresmos como meu amigo Paulo me informou ser tradiçao (nao Paulo, eu nao vou jogar a couve. Eu nao gosto é de torresmo e couve faz bem prá saúde. Eu estou certa).

Agora só me cabe esperar que de tudo certo. Tudo certo, leia-se: o Brasil ganhar, nao chover e nao caírem copos com líquido de origem duvidosa perto de mim. Fora isso está tudo 100%.

Já vou até começar a praticar minha torcida. Brasil, Brasil, Brasil!!! Fora seus Argentinos manés! (Que tal?)

Ah, só mais uma coisa. Para os colocadores de urucubaca de plantao, que duvidaram da minha presença no campo, só tenho uma coisa a dizer:
-Uma banana para vcs!(com o gesto da banana) Eu vou!

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terça-feira, 1 de junho de 2004

Eu continuo na minha árdua missao de entender como funciona a minha cabeça.
Essa semana eu descobri que a falta de argumentos e a raiva me levam a violencia. Tudo bem que isso nao é nenhuma surpresa, a maioria das pessoas costuma reagir mal em situaçoes difíceis. Só que ultimamente eu estou reagindo mal em todas as situaçoes.
A minha última foi um chute na canela. Sério! Eu estava tentando nao conversar com uma pessoa que insistia em me dirigir a palavra. Eu tentei manter o bom humor e a compostura, mas eventualmente o indivíduo falou alguma coisa (que eu nem me lembro mais, mas foi suficiente prá fazer ferver o meu sangue) e eu como garota calma e controlada que sou apliquei-lhe um belíssmo chute na canela juntamente com alguns xingamentos e até palavroes (sim, eu estava tao brava assim) e fui embora.
Agora me explica, por que a gente faz essas coisas? Tudo bem, eu faço. Nao tem fim, droga, droga,droga. A única coisa que me consola é que foi merecido. O que o indivíduo falou? Nao faço idéia, mas nao importa. Foi merecido.

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