terça-feira, 28 de dezembro de 2004

Eu comprei um celular novo. Até aí, tudo bem. Só que meu celular antigo tocava a música do Batman e esse novo não toca. Ele é menorzinho, branquinho, treme e tem calculadora. Eu não dou a mínima. Estou suspirando de saudade pelo meu tijolão lascado. Lascado e trincado, mas tocava a música do Batman. E eu adorava isso! Toda vez que ele tocava, me vinha o pensamento: Olha o meu batsinal! Quando eu ia pedir para um amigo me ligar, eu dizia: Me dá um batsinal. Isso não faz mais sentido agora! Que saudades...

Eu sei que é uma coisa próxima de ridícula ficar me lamentando pelo toque do celular perdido. Principalmente porque eu sei que eu consigo arrumar a música do Batman outra vez. Só requer um pouquinho de esforço. O meu problema mesmo é lidar com mudanças. Não gosto de mudanças. Tenho medo delas. E saber disso não facilita em nada.

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terça-feira, 21 de dezembro de 2004

Enquanto isso no consultório da Rita...

-O senhor tem algum problema de saúde? Toma algum remédio controlado?
-Problema de saúde eu não tenho não. E remédio controlado é só a cerva.
-Ah é?! E é remédio controlado ou descontrolado?
-Controlado doutora! Eu tenho limites!

Pelo menos alguém tem...

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segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

Já ouviram falar de inferno astral? Pois eu me encontro nele neste momento.
Uma coisa atrás da outra!!!

Tudo começou quarta-feira da semana passada quando meu celular pifou. Ele não caiu, não molhou, simplesmente parou de funcionar! Fui tentar comprar um novo, mas como é dezembro os aparelhos da telemig celular estão esgotados. Pelo menos os mais baratos, que eram os que eu pretendia comprar. Tive que encomendar um celular pelo telefone. Que ainda não chegou por sinal. Um azar, normal. Pode acontecer com qualquer um...

Ontem eu fui a uma festinha. Cheguei, e ao estacionar escutei um estouro. Fui ver o que era. Era o pneu. Eu passei em cima de uma lâmpada que estourou e rasgou o pobrecito. Convoquei um amigo meu para trocar o pneu (que afinal homem serve é prá isso mesmo) e descobrimos que o estepe estava quase tão vazio quanto o pneu furado! Ninguém nunca me falou que precisa calibrar o estepe! Bom de qualquer maneira conseguimos chegar num posto e calibrar o pneu. Depois foi só passar uma boa parte da tarde de domingo no borracheiro. Ainda tudo bem. Pode acontecer... É a vida...

Hoje eu acordei, fui trabalhar. Deixei minha mãe no trabalho dela e percebi que o tanque estava vazio. Resolvi parar para abastecer. Parei e quem disse que o carro ligou de novo? O moço do posto empurrou e pegou no tranco. Fui trabalhar assim mesmo. Pensei; depois do trabalho eu peço alguém prá empurrar, ele pega no tranco e eu vou direto prá oficina. Saí do trabalho e pedi prá um menino que estava passando prá empurrar o carro prá mim. Ele disse que só empurrava mediante pagamento! (Eu fiquei furiosa! Cadê o cavalheirismo? Porcaria de homens que não servem prá nada!) Como não tinha jeito mesmo paguei o meliante e com algum custo consegui fazer o carro pegar. Estava indo para casa com todo cuidado prá não deixar o carro morrer. Entrei na Amazonas e tinha uma engarrafamento enoooorme. Além disso estava chovendo muito. Quase não dava prá enxergar e eu morrendo de medo do carro morrer. De repente eu sinto uma pancada vindo de trás de mim. Eu olhei, mas não conseguia acreditar. Um ônibus bateu na traseira do meu carrinho! Um ônibus inteiro! Só não foi pior por causa do engarrafamento, o ônibus estava devagarzinho.
Eu respirei fundo, abri o vidro e gritei todos os impropérios e xingamentos que eu consegui me lembrar. Teve uns inclusive que eu nem sei de onde vieram. Fiquei impressionada! Virei as costas e fui embora. Companhias de ônibus nunca pagam os consertos mesmo. Eu estava na Amazonas, num mega engarrafamento, se desligasse o carro ele não ia ligar nunca mais. Então eu simplesmente fui embora o mais rápido possível para a oficina. Contei tudo para o mecânico que teve que ficar me consolando porque eu estava totalmente descontrolada. Agora o carrinho está lá consertando. Quando ficar pronto ele liga. E lá se vai o meu presente de natal que eu ia dar prá mim mesma. Um celular novo e conserto do carro. Droga! Mas tá tudo bem, parece que não vai precisar trocar a bateria e ele ficou de ver se consegue desempenar a porta do porta-malas. Ela não está fechando...

Então, diz se é possível um negócio desses? Que mais falta acontecer? Vou ficar quietinha aqui esperando a imensa bigorna de dezesseis toneladas que ainda vai cair na minha cabeça hoje...

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sábado, 18 de dezembro de 2004

Fim de noite.
A Obra quase vazia. Um ou outro gato pingado que se recusava a ir embora ainda no local. Nesse momento alguém coloca uma música prá acabar de convencer o pessoal que é mesmo hora de ir. Assim, começa a tocar "Singing in the Rain" na Obra (isso mesmo. Não estou alucinando). Nesse momento, eu, tomada de uma energia descontrolada começo a pular igual uma pipoca no meio da pista e maldizer o fato de não estar com os meus sapatos de sapateado. Isso sempre acontece comigo! Por que eu deliro nas músicas de ir embora? E são justamente essas músicas que mais me fazem querer dançar e ficar... Ai ai...

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sexta-feira, 10 de dezembro de 2004

Tem coisa que vale a pena lembrar. E dessas são sempre as mais barangonas que vencem sempre. A bregaria ataca novamente!!!

Perigo

Nem quero saber,
Se o clima é prá romance
Eu vou deixar correr.
De onde isso vem?
Se eu tenho alguma chance
A noite vai dizer.
Nisso todo mundo é igual:
Anjo do bem, gênio do mal.

Perigo é ter você perto dos olhos
Mas longe do coração,
Perigo é ter você assim sorrindo
Isso é muita tentação!

Teus olhos, teu sorriso numa noite.
Então...
Nem quero saber,
Se o clima é prá romance
Eu vou deixar correr.
De onde isso vem?
Se eu tenho alguma chance
A noite vai dizer.
Nisso todo mundo é igual:
Anjo do bem, gênio do mal.

Perigo é ter você perto dos olhos
Mas longe do coração,
Perigo é ter você assim sorrindo
Isso é muita tentação!

Perigo é ter você perto dos olhos
Mas longe do coração,
Perigo é ter você assim sorrindo
Isso é muita tentação!

Zizi Possi, gente! Adoro, adoro, adoro!!!

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2004

Eu sou médica. Então eu lido com pessoas. Os mais diversos tipos de pessoas. E cada dia eu vejo mais e mais que eu vivo numa bolha. Pode ser uma bolha social, de cultura, de informação. Mas uma bolha com certeza.

Para exemplificar o que eu estou dizendo vou relatar algumas coisas que me impressionaram bastante nos últimos tempos.

1. Mais da metade dos meus pacientes não sabe o que é direita e esquerda. Não adianta.

2. Quando eu estive na Bahia eu conheci uma menininha que não sabia quantos anos tinha, a data do aniversário e nem o próprio nome! E pela certidão de nascimento ela tinha acabado de completar 9 anos poucos dias antes! Incrível!

3. Essa aconteceu há poucos dias. Eu estava fazendo a anamnese ( entrevista para os leigos) de um senhor que estava sendo demitido do cargo de porteiro. Eu perguntei se ele estava tomando alguma medicação e ele disse que sim.
-É um envelope azul e branco?-eu
-Esse mesmo. Um bem cruzeirense.
-O senhor é cruzeirense?
-Eu não lido com essas coisas não. Eu só torço pro Brasil na Copa.
-Copa não tem como não torcer mesmo. E nas Olimpíadas? O senhor não torce?
-Olimpíadas? Que isso? Acho que já ouvi essa palavra antes.
Não vcs não enlouqueceram e eu não digitei errado. Seu Jair, morador de Contagem, porteiro de prédio não sabe o que é Olimpíada. Ele sabe ler, tem tv em casa e filhos e netos que frequentaram a escola. Só que essa informação. Que pode parecer tão banal prá todos nós não faz parte dos conecimentos dele. Ele não sabe que existe Olimpíadas. Muito menos que foram os gregos que inventaram. Não, ele não está gagá, mas mesmo assim viveu 59 anos sem ninguém prá contar isso!

Dureza! Essas coisas me assustam. Cada vez que eu vejo uma pontinha desse mundo em que esse pessoal vive eu tremo nas bases. O problema é muito maior do que eu jamais imaginei! E mesmo tendo uma consciência social (ou seja lá como isso se chama) próxima de zero isso me assusta e me faz temer pelo futuro de todos nós. Eu sei que é um papo chato. E que não tem muito o que fazer, mas me preocupa. E eu odeio me preocupar com essa coisas.

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